sexta-feira, 12 de abril de 2024

Mais um ano mana

 

Dedicado à minha mana Maria Oswalda Rego
Tu és a minha estrela
Tu és o meu farol, meu sol, meu passeio de fim de tarde.
Tu és o meu colo preferido onde gosto de ficar aninhada.
Tu és o abraço que eu gosto de sentir, a força, o conselho, às vezes com lágrimas tristes, outras vezes com sorrisos alegres.
(Eh eh eh... nem fazem ideia de como os sorrisos se transformam entre nós...)
Tu és minha irmã, mãe, amiga, confidente.
Parabéns e que o teu dia seja cheio de sol e quentinho de mimos, carinhos e muitos abracinhos.
Amo-te com muitos beijos❤️


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Cheguei aos 65


É oficial... a 3a idade chegou!

Não quero nem saber da idade só me importa a essência.

A beleza. A verdade.

Subi e desci a mesma rua vezes sem conta e a calçada não mudou nem tão pouco encurtou, envelheceu ou entristeceu.

Agora, parece que estou num fio eterno e cansativo, por ser isso mesmo... eterno!
Nao me importo de como vivi nem de como vivo, nem tão pouco de como vou viver daqui para a frente...

Programar o tempo é um consolo, simplesmente um consolo ...
Sem querer ser pessimista,  simplesmente curto!

Mas é o que vou fazer, ah ah ah... saber e curtir as vantagens desta 3a idade, se é que há (vantagens)!?

Se em cada dia puder dizer uma piada, rir e fazer rir, cheirar o tempo as flores, molhar os pés no mar, pegar numa criança ou afagar um idoso...e mais uma infinidade de vontades, para mim está tudo bem...

Só quero ser um rio que flui, carregado de lembranças, sonhos e atirar a alma num barquinho de papel que ao chegar à foz brilha, deixa história,  deixa vida...

Espero poder esperar pela lentidão do tempo!
Silenciar o pensamento quando for preciso.

Para que nunca vá tropeçar na rua que outrora foi o meu caminho.

E é isto, adoro mimos, beijos e abraços...sou pieguinhas, eu sei!
Mas é a essência!
Vamos lá a continuar este caminho que nos puseram nos pés com as sapatilhas na cabeça(cérebro)

Viva!!! ... faço 65 anos, parabéns a mim ...e levem a vida leve!

domingo, 24 de setembro de 2023

Perdida no oceano




 Não sei como aconteceu mas cheguei a NY!

Perdi-me no alto mar e atravessei o Atlântico denso, frio, profundo e até perigoso!

Parti de Portugal, num dia de Agosto da praia de Lavadores, o mar estava bravo e os meus donos não me conseguiram salvar, eles viam-me nas cristas das ondas sem poderem fazer nada e a minha “gémea esquerda” corria em clara aflição de um lado para outro na esperança de eu voltar à praia, atirada por uma onda. 

Foi um ai jesus de "vem onda, leva-me para a praia" não posso viver sem a minha gémea. 

Frustrada não consegui! 

E agora!? Que vou fazer nesta imensidão de água? Chorei todas as missangas que tinha e flutuei sempre na superfície pois não tinha força para mergulhar.

Alguns peixes ainda vieram ter comigo para ajudar, me consolar nesta minha tristeza, as missangas só brotavam como um choro dilacerante…e todas foram para as profundezas do oceano…

Espero que nenhum peixe se entale com elas!, pensei eu

 Meus Deus, estou a sujar, a poluir a casa deles! Pensava eu aflita… mas que podia fazer!? Alguns bocados do meu corpo frágil foram bruscamente fragmentados em pedaços pequeninos que ficaram a boiar.

Talvez vão ficar assim por séculos…

Mas de certeza que os meus donos não fizeram isto, não me abandonaram, de propósito…. Foi uma onda mais forte que me arrastou…

Pelo caminho no Atlântico, encontrei simpatia em algumas algas que me aconchegaram, alguns peixes brincaram comigo atirando-me ao ar, outros, menos atenciosos, trincaram meus calcanhares, magoando-me e fazendo perder meu corpo delicado.

Houve um dia que um barco passou por perto e uma criança ainda pegou em mim e brincou nas bordas do barco como se eu fosse um carrinho, a mãe chegou perto e bruscamente me atirou borda fora dizendo ao menino “é caca… é caca”… ao menos podia-me ter posto em lugar seguro, tipo, num saco…

Enfim…. Vida de fugitivo em maré alta!

Não era assim que eu queria vir a NY, sozinha e literalmente despedaçada.

Ó se a minha “gémea esquerda” estivesse aqui comigo, virávamos esta cidade em alegre correria…

Estou a sentir alguma coisa! O que é isto!? Alguém pegou em mim, para onde me levam, estou a sufocar…. À minha volta eram cordas, sacos, caixas, latas, frascos, madeiras podres, uma porcaria toda junta… Mas eu sou uma princesa, tinha missangas nas minhas vestes, não posso ser tratada assim como uma qualquer

Foi curta a minha passagem por NY…

Por favor digam à minha “gémea esquerda” que eu estou aqui, de certeza que me vem buscar!...

Não ligaram nenhum ao meu apelo! 

Mas a “gémea esquerda” chorou naquele fatídico dia, olhou para o oceano com esperança

Ficou certo tempo espetada no desenrolar das ondas… Mas nada!...a “gémea direita” não voltou!

Voltou á praia pelo pé da dona com uma réstea  de esperança do regresso, ou mesmo que alguém a tenha encontrado abandonada

Os dias passaram numa triste solidão, num desses dias foi metida num saco, nunca mais se ouviu falar dela.

Penso até que virou lixo e foi para a reciclagem.

(esta é a triste história de um chinelo de praia) 

Ser poeta (20/06/2023)

 

20/06/2023

Ser poeta

Ser! Ou querer ser!

Poeta

Ser triste e imaginar o belo é a metade em falta para a poesia.

Não deixar que o cinzento abandone o olhar, nem que as lágrimas deixem de correr o rosto.

Brincar com as palavras amargas e não deixar que a alegria trespasse a alma

Atirar-se para um campo florido e cheirar o prado em pranto, respirar o vento da colina com lágrimas de rios traiçoeiros, sentir a brisa pelo corpo e a morte até ao anoitecer

Ser lamechas, ser piegas, ser profundo

Só achar graça com um mero encolher de ombros ao comportamento da humanidade

Essa velha e mentirosa humanidade

Não ter piedade mas ser piedoso

Querer e não querer

Chorar e rir

Caminhar ou ficar parado junto do precipício!?

(em crescendo)

Não deixar o sol entrar pelas frestas da janela e apagar todas as memórias que magoam, ou deixar que elas mesmo façam sofrer ainda mais…

Calcar o sofrimento em degraus e escadas infinitas…

Seguir correndo até ao céu azul cheio de nuvens e gritar…gritar…. gritar como se um fogo de artificio ecoasse pelo espaço e terminasse em explosão com “O Fortuna” de Carl Orff

Melancolia nas preces, meu Deus, querer tudo e não querer nada

(baixando ritmo)

É isto!

Ser poeta é ser triste

Dar o passo em frente e mergulhar no abismo incógnito

Gostar de rostos esquecidos

De histórias de verdades, de papeis rasgado, abandonados e podres pelos beirais

Nauseabundos pelas sarjetas húmidas e imundas com palavras escorridas de lixo

Como se o sofrimento fosse o único sentimento de uma noiva imaculada e pura

Enraivecida, magoada, nostálgica

Escravizada e esvaziada pelo tempo

Que usa a mente e o pensamento por diversão num mero jogo de labirintos e encruzilhadas

Um destino vazio de sorriso velado à espera de um esquecimento …

Para ser feliz.

Contemplação (23/09/2023)

 

Subi a ladeira em corrida, sem norte! Com pressa de chegar ao penedo e descansar o olhar. 

Voltei à direita, parei em contemplação… e … Respirei o ar da saudade, das histórias e pensei no avô!


Sentado à porta do lagar, contava as cestas de uvas apanhadas numa vindima cantada… 


O que nos foi dado com o tempo valor, amor e no fim respeito. 


Em cada leira o sabor amargo das uvas verdes que teimam em crescer lembram-nos as risadas e a alegria de uma casa. Com vida! 



Temos por obrigação tentar que continue viva e com risadas alegres (disso está a minha irmã encarregada)

 

quinta-feira, 6 de abril de 2023

04-03-2023

 



De repente veio-me à ideia de que nos foi dada uma missão!
Por quem?
Qual?
Se eu pudesse correr sobre o mar, ia saber!
Assim de repente... foi isto que me veio à ideia!
Mas isso sou eu!... Quem mais?!

12-03-2023

 




Queria escrever o poema mais lindo para ti, mas não sei como o fazer!




As palavras não saem escritas...

Mas como o sol, hoje, nasceu para ti e os pássaros vão voar à tua volta, imagina-te pequenina sentada na areia a construir castelos e que o mar em cada onda te traz os sonhos que pediste...

Eu sei que não pediste felicidade graaaande, senão ficávamos todos sem praia tal era o tamanho da onda... pediste à medida certa e em ondas pequeninas o amor foi chegando!

Que mais importa!?

Parabéns
mana, muita saúde e que o teu dia seja brilhante de felicidade.

Agora só ao teu ouvido "amo-te"

Beijinhos!

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Frio

 




Por terras de Santa Maria, o sol fraco tenta aquecer as paredes, as ervas e o tojo queimado pelo frio num baldio abandonado!

Mas bonito!

Ao longe o monte enevoado dita que um frio gélido vai ficar por um céu que teima em continuar azul!

Eu...eu, sentei-me numa pedra a emoldurar a paisagem nos meus olhos...
E esperar que a alma aqueça!

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

A menina do mar

 

                                 foto: @Maria Oswalda Rego

Ainda de cabelos molhados da ultima maré, espreguiço o corpo nu sem pudor nem vergonha, aproveito os últimos raios deste sol já um pouco fraquinho! 

Não importa, não quero saber o que digam, pois só "nós" a "Pedra Moura" os "Namorados" e talvez alguns  outros que vamos encontrando por aí me possam ver... 

Às vezes, gaivotas e corvos marinhos pousam na minha barriga, outras vezes pousam pessoas que pesam e não são gentis, outros namoram em cima de mim, faço de conta que não ouço as promessas de amor eterno! e até coro e espero que a maré suba para me livrar destes segredos... 

Os pássaros, esses fazem cocegas e picam no seu debicar constante de procura, mas a natureza com a natureza só faz bem à pele, no meu caso, pedra! 

Pedra antiga, milenar que toda junta ou mesmo só faz-nos sonhar e inventar histórias...

Valdinha, continua a procurar!

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Eles andam aí


 "Eles andam aí"!

Ainda me lembro o medo que sentia ao passar numa rua da baixa ao sábado. Ao domingo e à noite, então, era impensável ... claro que sempre fui "medricas" e confesso, ao fim destes anos todos, que tinha pavor de ficar em casa sozinha...se tivesse que ir ao quarto, subia aquelas escadas num jacto e com as luzes todas acesas.
À noite a casa virava um fartote de imaginação em que as portas e as janelas se abriam para os malfeitores que subiam as escadas até ao meu quarto, em que todos os ruídos eram um sobressalto e eu só pensava onde me havia de esconder dos ladrões, debaixo da cama era a solução mas não podia respirar e tinha que me fazer de morta para passar despercebida ... se "eles" não me encontrassem, sempre podia saltar (apesar de a altura ser considerável) da varanda para o jardim e gritar "socoooorro"!
Claro que nunca fiquei sozinha em casa, sempre tive a proteção dos manos, principalmente a mana (Maria Oswalda Rego ) que enquanto lá esteve, nunca me deixou...até que o sono era mais pesado e acabava por adormecer!
Oh pá, desviei-me do que queria falar!
O "eles andam aí" são todos, menos os portuenses....não se ouve falar português no meio da multidão a atravessar uma ponte, sôfrega de paisagem romântica, da cascata erguida a partir do rio, das ruínas com história, do sol, ai o sol, do cinzento da cidade alegre e divertida, do pregão da praça e do cantor de rua... não cabe mais ninguém e ainda bem que assim é! Se cansa? Cansa... mas não há nada mais aconchegante do que este abraço universal que nos faz esboçar um sorriso ao estar sentado num sofá da avenida a receber "eles" para um chá ...
Venham....mas não estraguem!

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

o Eterno

 

Eu sei que depois daquela curva está o eterno!

O eterno sol
O eterno chuva
O eterno presente
O eterno dor
O eterno riso
O eteno navegar
O eterno sonambulismo
O eterno perdão
O eterno empatia
O eterno perdão
O eterno Pai
O eterno eternidade
O eterno amor


.... mas reparei agora que o vidro está sujo...
Vou ter de reformular "o eterno"

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

24 de Agosto... Um ano de saudades!

 

Sentei-me na escadaria da nossa casa a olhar para um portão por onde hoje não entraste...

Não vais voltar aqui a este lugar que tanto gostavas mas eu vou continuar a vir e em cada uma dessas vezes tu vens comigo.

Estou a ver-te fazer renda no varandim que dá para a estrada ou a arranjar-te para o passeio a pé de fim de tarde.

À noite sentada na varanda a olhar o rio escuro sob um céu estrelado contavas histórias da tua infância.

Mamã partiste há um ano e continuo a chorar de saudades! Um beijo do tamanho do universo daqui do Penedo que vai ser sempre das pombas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

15 de Agosto...para sempre um dia alegre e triste.


Há muito que não tenho permitido que "ouçam" as nossas conversas!

Parabéns pelo aniversário que quiz Deus que fosse também o da partida. Assim ficou um dia mais pesado, com a mistura da alegria com a tristeza.

Ter saudades tuas é uma constante...que não passa!
Também não quero deixar de ter saudades tuas do papá e da mamã.
Nunca!

As minhas perdas fazem parte de mim e em mim vão ficar até que as nossas energias se reencontrem.

As vezes procuro-te pelas ruas!

Noutro dia, num carro ao lado do nosso, o condutor tinha a mesma posição da mão com o cigarro, as mãos pareciam as tuas, a fisionomia do corpo, do rosto de lado, eram tão parecidos que ao passar olhei para trás com vontade de perguntar "Rui?" e continuar ao lado desse carro a fazer de conta que era tu...
Podes não acreditar mas fiquei tão incomodada que me vieram as lágrimas aos olhos...

Porque deixaste de me fazer rir!?
Porque deixaste de me "agoniar" com as "porcarias" que só tu sabias dizer!?
Sentido de humor que poucos percebem e gostam.

Por onde andas?
Se estiveres por perto pisca um olho... se não pisca os dois...

Há perdas difíceis de aceitar...

Quando somos miúdos nem nos lembrámos que elas vão acontecer, mas agora, nesta idade, o caminho fica mais curto, mais apertado e leva-nos por pensamentos abstratos, onde o alinhamento do universo se começa a contruir lançando a passadeira final para irmos passeando pela retrospectiva da nossa vida... os maus e os bons momentos!
E caramba! Foram tantos! Para mim e por mim ficam sempre os bons!

Às vezes eu e a Valdinha fartamo-nos de rir a lembrar as tuas peripécias e a chorar de saudade dos teu beijinhos e abracinhos de que tanto gostávamos...eras meiguinho!
Sabes mano que partiste no dia em que chegaste, ficámos os quatro manos para te lembrar, amar e não deixar que a tua casmurrice, teimosia, carinho e brincadeiras sejam esquecidas ... nunca na vida!
E a nossa família continua como se continuassemos a ser sete.
(Para mim vai ser sempre assim)

Beijinhos Rui Miguel, Maria João e Isabel,  parabéns pelo vosso pai.

❤️





domingo, 13 de março de 2022

Mana

 

12/03/2022


Exma. Senhora,

Espero encontrá-la bem, assim como a sua excelentíssima família.
Serve esta missiva com humildade e orgulho para anunciar que neste seu dia de aniversário recebeu um prémio!

Sim!... Um prémio, um prémio Nobel!

Não um Nobel qualquer, não senhor!

Um Nobel com mérito, com tradição, floreados, restrito à sua pessoa mas muito pomposo e com muitas palavras dignas de Sua Senhoria e de tudo o que até aqui deixou, proporcionou e alegrou nos outros…mesmo muitas vezes não ter sido compreendida, diria até que muitas vezes injustiçada … mas a vida é feita de pequenos nadas e sinais, uns amargos mas muitos, mesmo muitos ainda mais doces, pode crer!
Daqui a muitos anos V. Exa. vai ouvir uma frase que vai estar na boca do mundo “O bem fazes, o bem receberás” e assim por unanimidade minha, decretei.
E dei o nome de:
“omelhorserdeolhosazuiscombondadesensibilidademandonadevozaltaegargalhadafácildelágrimaaindamaisfácilmascomluzquevêoquemaisninguémconseguevernanaturezaeparaalémdela”

Porra! Estou cansada…

Este galardão não foi dado ao acaso, foi investigado que Sua Senhoria foi bebé (por sinal lindo, digno de uma caixinha de bolachas, dizem…), criança, jovem, adolescente, adulta, sénior e que todas estas etapas foram ultrapassadas com mérito e distinção… algumas coisas não foram feitas no seu devido tempo, outras porém demoraram a ser despejadas no caminho do crescimento (como, por exemplo usar soquetes!...ahahahaha!!!!) mas o essencial sempre esteve no cunho do seu interior, talvez umas por herança outras a pulso e por uma vontade grande e forte de se emancipar e distinguir na sua força física e mental.

Com muita pena minha não estamos em 1900 ao que V. Exa responderia “que estupidez… só se fosses rica!”

E como não estamos lá, a brincadeira acabou e …..
PARABÉNS
, QUERIDA MANA!

Já fazes alguns mas deixa lá, faz parte deste caminho, sente o mar (apesar de não perceberes nada de marés!) e a brisa no teu rosto e o resto passa, o que importa és tu e só tu importas, vive com alegria os pinceis na mão e a máquina no ombro e caminha… não precisas de correr, vai devagar e aprecia à tua volta a gentileza das coisas, de todas as coisas que alcanças e que gostavas de alcançar, nem que fiquem só por um pensamento….


Mas não abuses dos gelados nem do ketchup (ahahah!!!...)

Amo-te mana do meu coração, daqui até à lua e voltar

Beijos e que sejas sempre feliz!


sábado, 8 de janeiro de 2022

ANO 2022 - 2 (vizinhos)

 

Analisar pessoas é fascinante mas ao mesmo tempo pode ser desconcertante!

Não quero que todos pensem como eu, gostava que “de vez em quando” pensassem como se fossem “o outro”

Ser repetitiva é maçador!

Por isso mesmo  vou começar a escrever sobre pessoas, mas começo por quem?

Pelos próximos?

Pelos meus amigos?

Pelos que não me são nada e passam em passo ligeiro pela minha vida?

Pelos que marcaram a minha vida?

Pela Cândida, ou pela Fernanda que adoro e me trazem tantas saudades da infância e das férias na Pala com os avós.

Pela Paula do 4º andar, pela Antónia florista, ou mesmo pela Carmem do r/c?

Se fôr por aí tenho que juntar à lista a Manuela do 4º andar e a Mónica do 2º!

(riso) Gosto tanto de todas!

Estes últimos exemplos até que acrescentaram muito há minha vida, generosidade, simpatia, solidariedade, amizade, …enfim, saber ser “vizinho” na verdadeira definição da palavra não é fácil, é preciso disponibilidade, saber ouvir, compreender, correr para…e cordialmente saber saudar e saber receber a saudação.

Conversar é bom… com alguém que acrescente, então, é muito melhor!

E porque fiquei triste com as últimas noticias que recebi, gostava de vos falar da Carmem

Tenho pensado muito nela e de como estará neste momento!

Não quero parecer snob em falar sobre uma pessoa que apesar de não me ser nada, é muito, porque basta eu pensar nela para me ter deixada por algum motivo, uma marca.

Que me perdoem os seus verdadeiros amigos… mas é o que eu sinto:

Nunca fomos amigas e muito menos íntimas, as nossas conversas começaram por ser de  circunstância, resumiam-se aos encontros à entrada do prédio, com o passar dos anos passaram a ser sobre “pontos de vista”, razões, reações …. sim…. É uma pessoa que deixa marca no outro, que deixa o seu cunho, a sua sabedoria…ACRESCENTA!

E nisso a Carmem é um exemplo!

Uma cultura devastadora, um saber falar de todos os assuntos, saber pôr-se ao nível dos outros e mesmo sem vaidade enaltecer o seu ponto de vista, a sua cultura superior a todos nós, uma simpatia de rasgar sorrisos, conversar com ela é uma verdadeira viagem, sentíamos o cheiro e as sensações do lugar por onde passou, com e como descrevia conseguia-mos ver os pôr do Sol em África, o nascer do Sol nas Américas, aliás, cheguei a sugerir um livro de viagens (que parece estar planeado pelos diários de viagens que fazia)

Parece que quando ficou doente, para ela, foi fácil, pelo menos era o que transmitia, tinha tanta força nas palavras que seguramente ia ficar curada.

“Tem de fazer uma palestra sobre luz e positividade…” disse-lhe eu um dia que o fizesse para “nós” porque quando se está mal conseguir dizer e transmitir tanta coragem e força com um sorriso, é fascinante!

Tudo o que eu ouvi é de uma força gigante, é de um ser iluminado…. Depois de a ouvir “nós” ficámos cheios…

Ela, não sei como ficava ou está na sua dor!

Espero que melhore, porque do coração, eu gosto muito dela.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Ano 2022 - 1

Não escrevi letras, mas a minha cabeça nunca parou … construí textos e sentimentos sem fim.

Tanta coisa aconteceu!

Inquietação!

Confusão!

Foram mesmo tantas sensações, dores, lágrimas, gritos e risos que me deixaram impotente com a caneta e o papel…

Só o pensamento funciona e eu sem saber como recolher todas as sensações e memórias! Enfim, tentei fechar a malinha do meu coração com o “bom” para “sempre” . 

Passar todas as emoções e razões não é fácil! Nunca é, nem nunca vai ser!

Às vezes parece triste e injusto, outras vezes ridículo e sem significado!

Mas não…. Tudo é importante, principalmente o que sentimos …

Chorar e rir faz parte de todos os dias! Assim como o dormir e acordar!

Sentir que o mundo vai acabar ou que que começou agora mesmo é mesmo assim!

Contemplativa!

 

Não vale a pena complicar em actos nem em palavras, sermos nós mesmo é o que importa!

Resiliente!

 

Eu sei que vou morrer, a sério, vou mesmo (riso, para não chorar), não é novidade para ninguém, o que me resta não podia ser mais leve e alegre!?

Conformada!

 

Adoro quem tem o poder da positividade!

Há pessoas que estão mal e o sorriso é gigante!

Há pessoas que estão a morrer e brilham!

Há pessoas que a angústia não transparece!

São pessoas iluminadas, vivas…nunca morrem!

Génios!

 

À minha maneira e porque não sou de muitas actividades e loucuras, passo bem com um simples passeio à beira mar ou subir uma montanha a sentir aragem afagar o rosto….

E podem crer que não é ingenuidade nem vitimização, sou assim, nunca fui diferente!

Tirar uma foto e gostar do que se vê é ser feliz!

Ouvir uma música  é ser feliz!

Ler um livro é ser feliz!

Estar em silêncio é ser feliz!

Dançar e cantar na cozinha é ser feliz!

Há milhares de maneiras de ser feliz!....

Afinal basta acordar mais um dia e já “só” isso é ser feliz!

Huummm… tenho que pensar melhor!

 

Mas por vezes a saudade é tão grande que sai pelo peito e eu, trémula nem sei onde pôr as mãos! 

Só olho para o céu e grito em silêncio….PROTEGE-ME!

Quem?

Quem?

Esta constante inquietação e vontade de falar e…. não falar!!!!

Acabei o ano a agradecer e nas 12 badaladas não pedi nada! Absolutamente nada…

Só saltei, gritei “Feliz Ano Novo” e liguei à minha filha

O que tiver que vir … virá!

Paragem de autocarro!

 

Não quero pouco para mim, quero muito…muito…. muito…..tudo!

Gulosa!

 Inquietação!

Sempre esta inquietação!

As memórias chegam em catadupa e aos poucos dou a volta a um mundo que passou e não descola da pele, fraquejo e logo penso, como o cantor “hoje é o primeiro dia….”

Gostava de conseguir escrever à velocidade com que penso… (riso!)

Tenho que aprender a ser metódica, pragmática e todas as palavras difíceis que estão na moda (riso)

 Ser triste é uma condição?

Ser triste é ser poeta?

Ser triste é não saber rir?

Ser "básica" é triste?

 Quando nascemos deviam-nos entregar um manual com o nome de “A Perda”, "...agora meus meninos leiam e preparem-se, porque nada é eterno e nunca digam… eu não quero estar aqui…”

É aqui que devemos estar e ofertar uma luz radiante aos outros com a certeza de que a vamos receber de volta.

Eu sei que ainda sou pobre na escrita, mas só assim eu sei entregar, ser e ter a alma acesa!

Só assim a minha alma fica rica

Hei lá! Eu disse isso…

Sentido de humor refinado!

Se um dia alguém ler tudo o que escrevi até agora já é bom, é como que apaziguar o coração na viagem desta vida de turbulência.

Escrevo porque me apetece, mas gostava de transmitir… o quê!?, talvez ainda não tenha descoberto!

Às vezes até escrevo coisas sem sentido mas talvez seja a “barafunda” que vai na minha mente e a dislexia de não conseguir escrever ao mesmo tempo que penso…. Impossível, sou desajeitada!

Hoje estive muito tempo a olhar para o céu, sim para o céu mas como simbologia, claro!

Queria partilhar, não sei o quê e tudo, com quem quer que lá esteja …

Está aí alguém?

 

….Continua…