Textos sem (o)dor
Eternizar memórias antigas e actuais, pôr em palavras ou em imagens histórias. Dar vida à vida!
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Mais um ano mana
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024
Cheguei aos 65
É oficial... a 3a idade chegou! Não quero nem saber da idade só me importa a essência.
Nao me importo de como vivi nem de como vivo, nem tão pouco de como vou viver daqui para a frente...
Sem querer ser pessimista, simplesmente curto!
E é isto, adoro mimos, beijos e abraços...sou pieguinhas, eu sei!
Mas é a essência!
Vamos lá a continuar este caminho que nos puseram nos pés com as sapatilhas na cabeça(cérebro)
domingo, 24 de setembro de 2023
Perdida no oceano
Perdi-me no alto mar e atravessei o Atlântico denso, frio, profundo e até perigoso!
Parti de Portugal, num dia de Agosto da praia de Lavadores, o mar estava bravo e os meus donos não me conseguiram salvar, eles viam-me nas cristas das ondas sem poderem fazer nada e a minha “gémea esquerda” corria em clara aflição de um lado para outro na esperança de eu voltar à praia, atirada por uma onda.
Foi um ai jesus de "vem onda, leva-me para a praia" não posso viver sem a minha gémea.
Frustrada não consegui!
E agora!? Que vou fazer nesta imensidão de água? Chorei todas as missangas que tinha e flutuei sempre na superfície pois não tinha força para mergulhar.
Alguns peixes ainda vieram ter comigo para ajudar, me consolar nesta minha tristeza, as missangas só brotavam como um choro dilacerante…e todas foram para as profundezas do oceano…
Espero que nenhum peixe se entale com elas!, pensei eu
Meus Deus, estou a sujar, a poluir a casa deles! Pensava eu aflita… mas que podia fazer!? Alguns bocados do meu corpo frágil foram bruscamente fragmentados em pedaços pequeninos que ficaram a boiar.
Talvez vão ficar assim por séculos…
Mas de certeza que os meus donos não fizeram isto, não me abandonaram, de propósito…. Foi uma onda mais forte que me arrastou…
Pelo caminho no Atlântico, encontrei simpatia em algumas algas que me aconchegaram, alguns peixes brincaram comigo atirando-me ao ar, outros, menos atenciosos, trincaram meus calcanhares, magoando-me e fazendo perder meu corpo delicado.
Houve um dia que um barco passou por perto e uma criança ainda pegou em mim e brincou nas bordas do barco como se eu fosse um carrinho, a mãe chegou perto e bruscamente me atirou borda fora dizendo ao menino “é caca… é caca”… ao menos podia-me ter posto em lugar seguro, tipo, num saco…
Enfim…. Vida de fugitivo em maré alta!
Não era assim que eu queria vir a NY, sozinha e literalmente despedaçada.
Ó se a minha “gémea esquerda” estivesse aqui comigo, virávamos esta cidade em alegre correria…
Estou a sentir alguma coisa! O que é isto!? Alguém pegou em mim, para onde me levam, estou a sufocar…. À minha volta eram cordas, sacos, caixas, latas, frascos, madeiras podres, uma porcaria toda junta… Mas eu sou uma princesa, tinha missangas nas minhas vestes, não posso ser tratada assim como uma qualquer
Foi curta a minha passagem por NY…
Por favor digam à minha “gémea esquerda” que eu estou aqui, de certeza que me vem buscar!...
Não ligaram nenhum ao meu apelo!
Mas a “gémea esquerda” chorou naquele fatídico dia, olhou para o oceano com esperança
Ficou certo tempo espetada no desenrolar das ondas… Mas nada!...a “gémea direita” não voltou!
Voltou á praia pelo pé da dona com uma réstea de esperança do regresso, ou mesmo que alguém a tenha encontrado abandonada
Os dias passaram numa triste solidão, num desses dias foi metida num saco, nunca mais se ouviu falar dela.
Penso até que virou lixo e foi para a reciclagem.
(esta é a triste história de um chinelo de praia)
Ser poeta (20/06/2023)
20/06/2023
Ser poeta
Ser! Ou querer ser!
Poeta
Ser triste e imaginar o belo
é a metade em falta para a poesia.
Não deixar que o cinzento
abandone o olhar, nem que as lágrimas deixem de correr o rosto.
Brincar com as palavras amargas
e não deixar que a alegria trespasse a alma
Atirar-se para um campo florido
e cheirar o prado em pranto, respirar o vento da colina com lágrimas de rios traiçoeiros,
sentir a brisa pelo corpo e a morte até ao anoitecer
Ser lamechas, ser piegas, ser
profundo
Só achar graça com um mero
encolher de ombros ao comportamento da humanidade
Essa velha e mentirosa
humanidade
Não ter piedade mas ser
piedoso
Querer e não querer
Chorar e rir
Caminhar ou ficar parado
junto do precipício!?
(em
crescendo)
Não deixar o sol entrar pelas
frestas da janela e apagar todas as memórias que magoam, ou deixar que elas
mesmo façam sofrer ainda mais…
Calcar o sofrimento em
degraus e escadas infinitas…
Seguir correndo até ao céu
azul cheio de nuvens e gritar…gritar…. gritar como se um fogo de artificio
ecoasse pelo espaço e terminasse em explosão com “O Fortuna” de Carl
Orff
Melancolia nas preces, meu
Deus, querer tudo e não querer nada
(baixando
ritmo)
É isto!
Ser poeta é ser triste
Dar o passo em frente e
mergulhar no abismo incógnito
Gostar de rostos esquecidos
De histórias de verdades, de papeis
rasgado, abandonados e podres pelos beirais
Nauseabundos pelas sarjetas
húmidas e imundas com palavras escorridas de lixo
Como se o sofrimento fosse o
único sentimento de uma noiva imaculada e pura
Enraivecida, magoada,
nostálgica
Escravizada e esvaziada pelo
tempo
Que usa a mente e o
pensamento por diversão num mero jogo de labirintos e encruzilhadas
Um destino vazio de sorriso
velado à espera de um esquecimento …
Para ser feliz.
Contemplação (23/09/2023)
Subi a ladeira em corrida, sem norte! Com pressa de chegar ao penedo e descansar o olhar.
Voltei à direita, parei em contemplação… e … Respirei o ar da saudade, das histórias e pensei no avô!
Sentado à porta do lagar, contava as cestas de uvas apanhadas numa vindima cantada…
O que nos foi dado com o tempo valor, amor e no fim respeito.
Em cada leira o sabor amargo das uvas verdes que teimam em crescer lembram-nos as risadas e a alegria de uma casa. Com vida!
Temos por obrigação tentar que continue viva e com risadas
alegres (disso está a minha irmã encarregada)
quinta-feira, 6 de abril de 2023
04-03-2023
12-03-2023
Queria escrever o poema mais lindo para ti, mas não sei como o fazer!
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
Frio
Por terras de Santa Maria, o sol fraco tenta aquecer as paredes, as ervas e o tojo queimado pelo frio num baldio abandonado!
segunda-feira, 14 de novembro de 2022
A menina do mar
foto: @Maria Oswalda Rego
quarta-feira, 2 de novembro de 2022
Eles andam aí
"Eles andam aí"!
sexta-feira, 21 de outubro de 2022
o Eterno
Eu sei que depois daquela curva está o eterno!
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
24 de Agosto... Um ano de saudades!
Sentei-me na escadaria da nossa casa a olhar para um portão por onde hoje não entraste...
Não vais voltar aqui a este lugar que tanto gostavas mas eu vou continuar a vir e em cada uma dessas vezes tu vens comigo.
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
15 de Agosto...para sempre um dia alegre e triste.
Há muito que não tenho permitido que "ouçam" as nossas conversas! Parabéns pelo aniversário que quiz Deus que fosse também o da partida. Assim ficou um dia mais pesado, com a mistura da alegria com a tristeza.
Ter saudades tuas é uma constante...que não passa!
Também não quero deixar de ter saudades tuas do papá e da mamã.
Nunca!
As minhas perdas fazem parte de mim e em mim vão ficar até que as nossas energias se reencontrem.
As vezes procuro-te pelas ruas!
Noutro dia, num carro ao lado do nosso, o condutor tinha a mesma posição da mão com o cigarro, as mãos pareciam as tuas, a fisionomia do corpo, do rosto de lado, eram tão parecidos que ao passar olhei para trás com vontade de perguntar "Rui?" e continuar ao lado desse carro a fazer de conta que era tu...
Podes não acreditar mas fiquei tão incomodada que me vieram as lágrimas aos olhos...
Porque deixaste de me fazer rir!?
Porque deixaste de me "agoniar" com as "porcarias" que só tu sabias dizer!?
Sentido de humor que poucos percebem e gostam.
Por onde andas?
Se estiveres por perto pisca um olho... se não pisca os dois...
Há perdas difíceis de aceitar...
Quando somos miúdos nem nos lembrámos que elas vão acontecer, mas agora, nesta idade, o caminho fica mais curto, mais apertado e leva-nos por pensamentos abstratos, onde o alinhamento do universo se começa a contruir lançando a passadeira final para irmos passeando pela retrospectiva da nossa vida... os maus e os bons momentos!
E caramba! Foram tantos! Para mim e por mim ficam sempre os bons!
Às vezes eu e a Valdinha fartamo-nos de rir a lembrar as tuas peripécias e a chorar de saudade dos teu beijinhos e abracinhos de que tanto gostávamos...eras meiguinho!
Sabes mano que partiste no dia em que chegaste, ficámos os quatro manos para te lembrar, amar e não deixar que a tua casmurrice, teimosia, carinho e brincadeiras sejam esquecidas ... nunca na vida!
E a nossa família continua como se continuassemos a ser sete.
(Para mim vai ser sempre assim)
Beijinhos Rui Miguel, Maria João e Isabel, parabéns pelo vosso pai.
❤️
domingo, 13 de março de 2022
Mana
12/03/2022
Exma. Senhora,
sábado, 8 de janeiro de 2022
ANO 2022 - 2 (vizinhos)
Analisar pessoas é fascinante mas ao mesmo tempo pode ser desconcertante!
Não quero que todos pensem como eu, gostava que “de vez em quando”
pensassem como se fossem “o outro”
Ser repetitiva é maçador!
Por isso mesmo vou
começar a escrever sobre pessoas, mas começo por quem?
Pelos próximos?
Pelos meus amigos?
Pelos que não me são nada e passam em passo ligeiro pela
minha vida?
Pelos que marcaram a minha vida?
Pela Cândida, ou pela Fernanda que adoro e me trazem tantas
saudades da infância e das férias na Pala com os avós.
Pela Paula do 4º andar, pela Antónia florista, ou mesmo pela
Carmem do r/c?
Se fôr por aí tenho que juntar à lista a Manuela do 4º andar
e a Mónica do 2º!
(riso) Gosto tanto de todas!
Estes últimos exemplos até que acrescentaram muito há minha
vida, generosidade, simpatia, solidariedade, amizade, …enfim, saber ser “vizinho”
na verdadeira definição da palavra não é fácil, é preciso disponibilidade,
saber ouvir, compreender, correr para…e cordialmente saber saudar e saber receber
a saudação.
Conversar é bom… com alguém que acrescente, então, é muito
melhor!
E porque fiquei triste com as últimas noticias que recebi,
gostava de vos falar da Carmem
Tenho pensado muito nela e de como estará neste momento!
Não quero parecer snob em falar sobre uma pessoa que apesar
de não me ser nada, é muito, porque basta eu pensar nela para me ter deixada
por algum motivo, uma marca.
Que me perdoem os seus verdadeiros amigos… mas é o que eu
sinto:
Nunca fomos amigas e muito menos íntimas, as nossas
conversas começaram por ser de circunstância, resumiam-se aos encontros à
entrada do prédio, com o passar dos anos passaram a ser sobre “pontos de vista”,
razões, reações …. sim…. É uma pessoa que deixa marca no outro, que deixa o seu
cunho, a sua sabedoria…ACRESCENTA!
E nisso a Carmem é um exemplo!
Uma cultura devastadora, um saber falar de todos os assuntos,
saber pôr-se ao nível dos outros e mesmo sem vaidade enaltecer o seu ponto de
vista, a sua cultura superior a todos nós, uma simpatia de rasgar sorrisos, conversar
com ela é uma verdadeira viagem, sentíamos o cheiro e as sensações do lugar por
onde passou, com e como descrevia conseguia-mos ver os pôr do Sol em África, o
nascer do Sol nas Américas, aliás, cheguei a sugerir um livro de viagens (que
parece estar planeado pelos diários de viagens que fazia)
Parece que quando ficou doente, para ela, foi fácil, pelo
menos era o que transmitia, tinha tanta força nas palavras que seguramente ia
ficar curada.
“Tem de fazer uma palestra sobre luz e positividade…”
disse-lhe eu um dia que o fizesse para “nós” porque quando se está mal
conseguir dizer e transmitir tanta coragem e força com um sorriso, é fascinante!
Tudo o que eu ouvi é de uma força gigante, é de um ser
iluminado…. Depois de a ouvir “nós” ficámos cheios…
Ela, não sei como ficava ou está na sua dor!
Espero que melhore, porque do coração, eu gosto muito dela.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2022
Ano 2022 - 1
Não
escrevi letras, mas a minha cabeça nunca parou … construí textos e sentimentos
sem fim.
Tanta
coisa aconteceu!
Inquietação!
Confusão!
Foram mesmo
tantas sensações, dores, lágrimas, gritos e risos que me deixaram impotente com
a caneta e o papel…
Só o
pensamento funciona e eu sem saber como recolher todas as sensações e memórias! Enfim, tentei fechar a malinha do meu coração com o “bom” para “sempre” .
Passar
todas as emoções e razões não é fácil! Nunca é, nem nunca vai ser!
Às vezes
parece triste e injusto, outras vezes ridículo e sem significado!
Mas não…. Tudo
é importante, principalmente o que sentimos …
Chorar e rir faz parte de todos os dias! Assim como o dormir e acordar!
Sentir que
o mundo vai acabar ou que que começou agora mesmo é mesmo assim!
Contemplativa!
Não vale a
pena complicar em actos nem em palavras, sermos nós mesmo é o que importa!
Resiliente!
Eu sei que
vou morrer, a sério, vou mesmo (riso, para não chorar), não é novidade para
ninguém, o que me resta não podia ser mais leve e alegre!?
Conformada!
Adoro quem
tem o poder da positividade!
Há pessoas
que estão mal e o sorriso é gigante!
Há pessoas
que estão a morrer e brilham!
Há pessoas
que a angústia não transparece!
São
pessoas iluminadas, vivas…nunca morrem!
Génios!
À minha
maneira e porque não sou de muitas actividades e loucuras, passo bem com um
simples passeio à beira mar ou subir uma montanha a sentir aragem afagar o rosto….
E podem
crer que não é ingenuidade nem vitimização, sou assim, nunca fui diferente!
Tirar uma
foto e gostar do que se vê é ser feliz!
Ouvir uma
música é ser feliz!
Ler um
livro é ser feliz!
Estar em
silêncio é ser feliz!
Dançar e
cantar na cozinha é ser feliz!
Há
milhares de maneiras de ser feliz!....
Afinal
basta acordar mais um dia e já “só” isso é ser feliz!
Huummm… tenho
que pensar melhor!
Mas por
vezes a saudade é tão grande que sai pelo peito e eu, trémula nem sei onde pôr as mãos!
Só olho
para o céu e grito em silêncio….PROTEGE-ME!
Quem?
Quem?
Esta
constante inquietação e vontade de falar e…. não falar!!!!
Acabei o
ano a agradecer e nas 12 badaladas não pedi nada! Absolutamente nada…
Só saltei,
gritei “Feliz Ano Novo” e liguei à minha filha
O que
tiver que vir … virá!
Paragem de
autocarro!
Não quero
pouco para mim, quero muito…muito…. muito…..tudo!
Gulosa!
Sempre esta inquietação!
As
memórias chegam em catadupa e aos poucos dou a volta a um mundo que passou e
não descola da pele, fraquejo e logo penso, como o cantor “hoje é o primeiro
dia….”
Gostava de
conseguir escrever à velocidade com que penso… (riso!)
Tenho que
aprender a ser metódica, pragmática e todas as palavras difíceis que estão na
moda (riso)
Ser triste
é ser poeta?
Ser triste
é não saber rir?
Ser "básica" é triste?
É aqui que
devemos estar e ofertar uma luz radiante aos outros com a certeza de que a vamos
receber de volta.
Eu sei que
ainda sou pobre na escrita, mas só assim eu sei entregar, ser e ter a alma acesa!
Só assim a
minha alma fica rica
Hei lá! Eu
disse isso…
Sentido de
humor refinado!
Se um dia alguém ler tudo o que escrevi até agora já é bom, é como que apaziguar o coração na viagem desta vida de turbulência.
Escrevo porque me apetece, mas gostava de transmitir… o quê!?, talvez ainda não tenha descoberto!
Às vezes
até escrevo coisas sem sentido mas talvez seja a “barafunda” que vai na minha mente e a
dislexia de não conseguir escrever ao mesmo tempo que penso…. Impossível, sou
desajeitada!
Hoje
estive muito tempo a olhar para o céu, sim para o céu mas como simbologia, claro!
Queria partilhar,
não sei o quê e tudo, com quem quer que lá esteja …
Está aí
alguém?
….Continua…