Os dias passam e parece que nada fazemos, sempre em correria, sempre a tratar das mil e uma coisa dos outros como se fossem nossas "vestir a camisola" e chegar ao fim do dia e...nada! fica o vazio do dever, cumprido é certo, mas vazio!?
Apetecia-me ver o mar todos os dias, ouvir o bater das ondas e gritar, gritar bem alto para que isto não passe a correr para eu ter ainda tempo de sentir a brisa a afagar o rosto e sorrir...
Estar num tempo parado para poder fazer, dizer, o que não foi feito e dito.
De certeza que isto não pode ser só isto! de certeza que há algo mais que me escapa e este corre corre não me deixa lá chegar.
O que vou ser quando envelhecer?... não sei, só não queria sentir solidão!
31/03/2015
Eternizar memórias antigas e actuais, pôr em palavras ou em imagens histórias. Dar vida à vida!
terça-feira, 31 de março de 2015
domingo, 29 de março de 2015
Outros tempos
22/03/2015
Ir ao cinema, quase que era um acontecimento, então a
autorização para ir tinha que ser negociada entre “pergunta ao teu pai”
“pergunta à tua mãe” e andávamos ali num ping-pong com vontade de dizer “eu
decido” mas claro, não podíamos, o respeito e a obediência eram-nos impostas e
faziam parte já do modo de vida que nós, nesse tempo, nem questionávamos….
Tinha que ser assim sem muita reclamação, a seguir vinham as perguntas… com
quem? o nome? onde mora? a que horas é o cinema? a que horas voltas, quem te
trás? etc, etc, etc…. e lá vinha um sim!, olha se fosse agora!, a comunicação
era feita por telemóvel e “…se quiseres alguma coisa, deixa mensagem, que eu
respondo quando puder…” bem, bem, bem há coisas que nunca mudam e desde o
momento em que se é mãe pimba tudo fica igual “ quem é?” “voltas tarde?” “deixa
o tlm ligado” e não dormes enquanto não ouvires a chave a abrir a porta, aí viras-te
para o outro lado e já podes dormir descansada….. até á próxima!
Blá blá blá os tempos eram outros, sim eram mas as
preocupações, essas são iguais, completamente iguais…. Nem consigo imaginar e
porque já estou rendida às tecnologias como seria…. As mães não podiam mostrar
agitação nem preocupação porque senão o pai acordava e lá vinham as perguntas “
a menina já chegou? não? já viste as
horas?….” ehehehe…. agora são os pais que se levantam a meio da noite para ir
buscar os filhos seja lá onde for.
Nuvens tristes
22/03/2015
Em geral tomo o pequeno almoço à janela e vou observando o
acordar da cidade o chilrear dos pássaros, a loucura das gaivotas no parque do
Mac Donald’s, como é muito cedo o movimento é pouco mas tem dias em que as
procuras matinais e constantes aos contentores do lixo são no mínimo
devastadoras, coisa que há uns anos atrás não se via, agora tornou-se habitual
e triste…. Olham em redor para não serem denunciados pela vergonha e dignidade,
abrem sacos para ver se sobraram restos ainda comestíveis, da noite bem passada
em família com amigos, dos outros… ás vezes encontram outras vezes não e vão
pela rua acima ás vezes sós outras vezes com crianças (o que doí ainda mais)
sempre com os olhos por cima dos ombros, porque a vergonha é muita, e abrem um,
abrem dois…… e eu aqui, sentada, confortável com uma chávena quente a pensar
que a minha vida não está fácil sinto-me egoísta e hipócrita…. Sou eu que tenho
problemas e dificuldades nesta vida!?... tenho é certo, mas esta miséria humana
em uns e em outros miseráveis (governamentais) não devia acontecer!...Onde está
o slogan que me fartei de ouvir “paz, pão, saúde, habitação”, é logico que não
existe, é logico que é utopia se cada um de nós continuar a olhar só para o seu
umbigo….
Um dia estas nuvens vão mudar!Eu e os meus irmão
Enquanto a idade avança as memórias tornam-se importantes,
ainda não sei bem até onde as consigo alcançar mas falando com os que me são
próximos vamos recordando o que passamos o que vivemos o que brincamos o que
choramos…. Sim fui uma criança feliz, hoje e porque está sol apetece-me recordar
as “visitas guiadas aos sábados” com o meu pai, fez com todos os meus irmãos,
assim conheci Museus, Igrejas, Monumentos e a nossa cidade, é certo que muitas
coisas não me lembro a algumas voltei a outras nem por isso!, deve ter sido por
aí que começou a minha paixão pelas antiguidades, pelos azulejos e o fascínio
pelo principio do século (1900)… a minha irmã diz que sou tola! Era tudo muito
pobre e sujo, mas não sei… gosto de pensar que na minha cabeça as tradições, os
cheiros, ficaram preservados… ah e como adorava acordar em casa da avó a ouvir
o som do acordar da cidade….
10/03/2015
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