domingo, 31 de maio de 2015

Eu em fotos até aos 20 anos

 Nasci em Fevereiro e...

Baptizado em 1959
Ano e meio?..... Falta o Rui, devia ser o fotografo 
Com Ana Maria


Eu e Vasco na praia

Família
Com a Madrinha
  
Em férias com os pais

Na Comunhão.... será que queria ser freira!?!?!

11 anos?... com a saia da ginástica
Andava na Escola Clara de Resende, já era fixe andar com os
 livros no braço, de pasta estava fora de moda!





                      
14 anos com a Mi       
                    15 anos
uma romântica



 
17 anos?....uma palhaça!
                        18 anos.... comecei a trabalhar!
20 anos.... grande maluca!

A partir daqui..... ehehehehe!!!!


sábado, 30 de maio de 2015

Amigas para sempre

Noutro dia li um artigo sobre “Todos temos um amigo que ficou da infância” e é verdade, eu tenho... a Mi, até que encontrei esta foto e...


Podíamos e podemos contar sempre uma com a outra.

Horas e horas sem fim de conversas, confidências, cumplicidade, pactos e até promessas “vais ser a madrinha do meu primeiro filho”, não me lembro mas acho que nunca tivemos alguma discussão ou mesmo nos zangamos!

Brincamos todas as brincadeiras de crianças no jardim uma da outra, passamos tardes em silêncio a ler e a ouvir musica e até a estudar.

Como éramos vizinhas tínhamos um código secreto, bater na parede do quarto quando estávamos prontas para sair.

Muitas vezes não entravamos na casa uma da outra pela porta, que é por onde normalmente se deve entrar, não, nós saltávamos pela varanda para ser mais rápido.

Enquanto não tínhamos idade para sair fazíamos as nossas próprias festas, lenços de cores nos candeeiros para o ambiente (ficar piroso!), gira-discos e dançávamos ao som de…. Ups já nem lembro o que ouvíamos naquele tempo, talvez Beatles, Bee Gees e disco sound…. Yeeee!

Mais tarde, já com idade para sair(?!?!), quantas vezes entrámos em casa sem conseguir parar de rir e subir as escadas até ao quarto de gatas e sem sapatos, ainda com o som do “bum bum bum” na cabeça depois de uma noitada com amigos em discotecas ou festas de garagem, acho que os meus pais percebiam estas coisas de teenager e nunca disseram nada, nem chamavam atenção!

Todos os dias depois de jantar eu ia lá a casa ver televisão, fumar um cigarro às escondidas e pôr a conversa em dia…. havia sempre tanto para dizer.

Eu ia de férias com ela para a praia e ela ia de férias comigo para aldeia, tanto num sitio como noutro tínhamos um grupo de amigos e vivíamos aquele tempo com grande intensidade, como se fosse o melhor verão de sempre….. e claro, com muitas paixões!!!!!!! que nos faziam suspirar até ao próximo verão.

Os anos passaram e para trás ficaram muitas histórias, escolhemos caminhos diferentes,ela as artes e o ensino e eu preferi ir trabalhar mais cedo,eu casei e tive uma filha, ela solteira viajou e conheceu o mundo, mais tarde também se rendeu a uma vida a dois, ela continua a viver na mesma zona onde sempre vivemos, eu mudei para mais longe, por isto tudo já não nos vemos nem falamos tanto mas quando nos encontramos ou falamos ao telefone é como se o tempo parasse e o dia anterior voltasse a ser o dia anterior ao dia anterior……. como se nunca nos tivéssemos separado daquele muro que separa as nossas casas, tipo “muro das lamentações” mas sem as lamentações, mais confidências e muitas gargalhadas!

Nesta pequena homenagem à amizade não vou relatar histórias até porque de muitas já nem me lembro, sei e não esqueço é que somos AMIGAS desde que nascemos.

Ah é verdade, é a madrinha da minha primeira e única filha.


Beijos!


domingo, 17 de maio de 2015

A Praia


Em Agosto íamos para a praia, os pais alugavam barraca na Foz, na praia Homem do Leme.

Começava o mês das aventuras!

A barraca era arranjada como se fosse a nossa casa, com liteiro como tapete, cadeiras e uma cortina para nos podermos despir e vestir à vontade sem os olhares curiosos dos que passavam. A mãe fazia um saco onde os pertences e os brinquedos lá ficavam o mês todo à responsabilidade do banheiro, havia visitas de tias e amigas da mamã que passavam a tarde a fazer croché e a conversar, uma verdadeira casa de férias na praia e as tardes pareciam que não tinham fim.

Em geral os vizinhos de praia eram os mesmos, anos após anos…. Mas não me lembro de nenhum.

 “Mamã posso molhar os pés?” “Mamã já posso tomar banho?” a digestão era cumprida à risca e nem o dedo do pé podíamos molhar se ainda não estivesse feita.... podíamos morrer!

Eu só gostava de água, mesmo gelada como habitualmente era, mas não de ondas, então a mamã tinha que me levar à praia do Molhe ao pé do paredão onde o mar parecia um lago e eu podia imaginar que nadava (coisa que não sabia!) para outros mundos rodeada de golfinhos e sereias….. só de lá saía depois de muitos mergulhos e “Bebé sai da agua, já estás roxa” e lá vinha eu enrolada numa toalha a tiritar de frio, depois de secos, arranjados e penteados, sentávamo-nos na toalha a lanchar… o melhor lanche do mundo… fosse o que fosse era assim que me sabia.

O papá, ás vezes, ao fim do dia ia ter connosco e lá vinha ele, de fato e gravata pela praia fora…. Engraçado só muito mais tarde o meu pai pôs calças de sarja (nunca de ganga) e polo, porque nesta altura mesmo ao fim de semana andava de fato, até para ir á praia!... outros tempos!

O “OLÁ fresquinho!” andava pela praia fora a vender gelados e contam-me que o Vasco muito admirado perguntava se o senhor o conhecia porque percebia “Olá Vasquinho!”.

Tínhamos sempre direito a um gelado de gelo de laranja ou ananás com brinde, saia sempre um boneco dos desenhos animados da altura, tínhamos imensos e fazíamos troca dos repetidos, ou ao fim dia uma guloseima, eu queria sempre o palito branco que sabia a mentol...huum tão bom, até parece que senti o sabor.

Jogar ao prego, à bola e corridas de caricas eram as nossas brincadeiras, ou então imaginar que a areia era o deserto, os rochedos castelos e as algas e pedras tesouros e lá íamos nós com a toalha amarrada ao pescoço a esvoaçar com o vento e a inventar aventuras de reis, rainhas ou pistoleiros….era o melhor mês de brincadeira farta e livre.

Quando terminava o mês com tristeza despedíamo-nos dos amigos com um “até para o ano” com a certeza de que tinha sido um mês de férias cheio de aventuras e alegrias que para o ano se iria repetir.

Com o passar dos anos a magia acabou e já sem banhos no oceano, porque a água era gelada, passou a ser com a companhia de um livro ou mesmo a dormir esticada ao sol toda besuntada de cremes e mais cremes com um único objectivo “tenho de ficar morena, tenho de ficar morena” e então lá íamos, eu e a Ana, sempre na pior hora até apanhar escaldões que à noite não deixavam dormir de dores…na idade da parvoíce éramos completamente inconscientes e doidas!

Hoje, não gosto muito de estar horas na praia mas adoro estar em frente ao imenso mar a olhar e a ouvir aquela massa de ondas desenrolar a beijar a areia…

Beijos!






domingo, 10 de maio de 2015

Árvores

Abraça-me!

Vem com teus braços fortes e abraça-me.

Envolve-me no teu corpo e protege-me.

Eu fico aqui sentada junto a ti no calor deste tronco forte, a sentir o sol que por ciúme teima, também, em me abraçar com os seus raios.

Deixa os pássaros saltar de braço em braço em bailados e chilreados alegres.

Deixa os ninhos com os filhos a dormir embalados nos teus braços com as folhas a assobiar canções para adormecer.

E quando vier o sol, estende os teus fortes braços em sombra e brisa fresca.

E quando vier o vento e levar as tuas folhas, logo logo vem a chuva para te vestir de novo.


E eu?… eu, vou ficar aqui a olhar-te grata para sempre.



sexta-feira, 1 de maio de 2015

Antes e depois!


Nunca percebi como é que na casa da Pala cabia sempre tanta gente!

No tempo dos avós aquela casa estava sempre cheia, cheia de família, cheia de amigos, cheia de alegria e um regimento de empregadas, claro que nessas alturas e com muito agrado nosso, eu e o Vasco e talvez os primos dormíamos com as empregadas sempre em grande galhofa e tourada, com o avô a bater com a bengala no chão “pouco barulho, não são horas para brincadeiras”.

Havia a S’ Maria de quem eu não me lembro, que tomava conta da casa o ano todo, cuidando sempre de tudo para quando os avós e os “meninos” chegassem, ah e a havia a Maria pequenina que pelos vistos era muito bonita e mais tarde a minha mãe contou que a avó não deixou que ela viesse servir para o Porto por causa das tentações…. Os meu irmão mais velhos lá sabem o que faziam com as empregadas, ahahahah!!!!

Não tenho memória de todos juntos na Pala, só de algumas passagens mas talvez por me contarem ou por fotografias.

Mas:

Lembro-me dos pequenos almoços, eram servidos com todos à mesa e quem não acordasse a horas, ficava sem ele…

Lembro da sopa dos pobres que a avó fazia, acho que à 6ªf, aquela casa enchia pela aquela escadaria acima até ao terreiro.

Lembro dos passeios que fazíamos, eu o Vasco o Tides o Ivo com o avô pela propriedade, um dia até o deixamos cair porque ele queria tirar qualquer coisa de uma Oliveira e nós pegamos nele já nem me lembro como e catrapum, lá foi ele leira abaixo, aflição… mas nada de grave.

Lembro das leituras da avó no “típico”, quem conhece sabe do que falo, só não percebo como é que ela conseguia estar lá tanto tempo a ler romances!!!!

Lembro do avô deixar abrir a corte das ovelhas depois do almoço e nós darmos folhas de videira… eram uns bichos dóceis!

Claro que me lembro mais de passagens com o Vasco, eu e ele pregávamos partidas às   empregadas, a favorita era a Ana Maria que tinha um estatuto diferente das outras e fazia sesta à tarde…. Um dia depois dessa sesta disse-nos que não teve medo da suposta cobra que pusemos no toucador dela…. “Nós não fizemos nada!” naquele dia não tínhamos mesmo feito nada…. Corremos para o quarto e a cobra já lá não estava.
Ainda bem que ela pensou que tinha sido uma partida, senão era gritaria pela certa!

E quando eu e o Vasco éramos elogiados pelas gentes da aldeia por andarmos vestidos de ganga “os netos da D. Teresa são uns meninos muitos simples, sem vaidades” para eles era coisa de pobre para nós era moda, afinal sempre havia um pouco de vaidade naqueles trajes!

Depois volto a ter recordações mas já sem os avós, recordo as férias em Setembro que eram uma grande seca, não havia nada para fazer, eu e o Vasco fazíamos o “festival da canção" e o nosso pai era o júri, depois era só ler, ler, ler…. acho que li todos aqueles romances que havia por lá, lembro do anti stress de ir apanhar pinhões para a estrada…. depois mais tarde a Mi começou a ir connosco e passou a ser mais divertido, éramos mais velhos já tínhamos um grupo, fazíamos grandes passeios, grandes banhos no rio e até de barco …. Quem no seu perfeito juízo, no meio daquele imenso rio, fazia batalhas de uvas e tremoços entre barcos! Claro que só nós sem a mínima noção do perigo

Ao Sábado à tarde tínhamos que ir à missa, o mais divertido era ao fim, era um cumprimentar sem fim… até o “já agora!” sempre distante e sem dar muita confiança, com muita pena nossa (mais da minha irmã!) porque era muito giro, depois vínhamos a pé, o grupo do costume (O Zé, a Angela Maria, as primas Belita e Teresa e o nosso mascote, o Pedro) sempre em grande algazarra e disparates pela estrada fora…. Ainda mais tarde o grupo aumentou, entre eles o Artur que ficou conhecido pelo “meia preta”, ele nunca soube desta alcunha (às tantas vai saber agora, se ler isto!)

Um dia fomos postos fora da missa, primeiro porque a João Alvela ia a mascar chiclet e o padre disse que a não confessava, depois porque estávamos sempre a falar ”um fraco exemplo dos meninos da cidade” disse o padre e mandou-nos sair…. Ups será que vai chegar aos ouvidos dos pais!? Não me lembro de ter acontecido nenhum castigo!

Fazíamos km e Km a pé, até pela linha do comboio andávamos e punha-mos o ouvido na linha para perceber se o comboio estava longe ou perto…. Arranjávamos sempre sítio onde lanchar mas a nossa favorita era a casa da mãe da Cândida, na Roupeira, podíamos mexer naqueles enormes teares e no fim ganhávamos maças, broa seca e uvas…

Depois ainda mais tarde, as distracções eram outras, já havia carro para sair mais longe, as paixonetas, as festas, o primeiro beijo…. Mas o rio fazia sempre parte de tudo.

Ah como aquela varanda onde se avista o imenso verde da montanha misturado com a imensidão do rio, que quando eu era pequenina a montanha não tinha luzes e o rio era um fio cheio de areia e rochas, tem para contar… eu tenho!


Beijos