sábado, 30 de maio de 2015

Amigas para sempre

Noutro dia li um artigo sobre “Todos temos um amigo que ficou da infância” e é verdade, eu tenho... a Mi, até que encontrei esta foto e...


Podíamos e podemos contar sempre uma com a outra.

Horas e horas sem fim de conversas, confidências, cumplicidade, pactos e até promessas “vais ser a madrinha do meu primeiro filho”, não me lembro mas acho que nunca tivemos alguma discussão ou mesmo nos zangamos!

Brincamos todas as brincadeiras de crianças no jardim uma da outra, passamos tardes em silêncio a ler e a ouvir musica e até a estudar.

Como éramos vizinhas tínhamos um código secreto, bater na parede do quarto quando estávamos prontas para sair.

Muitas vezes não entravamos na casa uma da outra pela porta, que é por onde normalmente se deve entrar, não, nós saltávamos pela varanda para ser mais rápido.

Enquanto não tínhamos idade para sair fazíamos as nossas próprias festas, lenços de cores nos candeeiros para o ambiente (ficar piroso!), gira-discos e dançávamos ao som de…. Ups já nem lembro o que ouvíamos naquele tempo, talvez Beatles, Bee Gees e disco sound…. Yeeee!

Mais tarde, já com idade para sair(?!?!), quantas vezes entrámos em casa sem conseguir parar de rir e subir as escadas até ao quarto de gatas e sem sapatos, ainda com o som do “bum bum bum” na cabeça depois de uma noitada com amigos em discotecas ou festas de garagem, acho que os meus pais percebiam estas coisas de teenager e nunca disseram nada, nem chamavam atenção!

Todos os dias depois de jantar eu ia lá a casa ver televisão, fumar um cigarro às escondidas e pôr a conversa em dia…. havia sempre tanto para dizer.

Eu ia de férias com ela para a praia e ela ia de férias comigo para aldeia, tanto num sitio como noutro tínhamos um grupo de amigos e vivíamos aquele tempo com grande intensidade, como se fosse o melhor verão de sempre….. e claro, com muitas paixões!!!!!!! que nos faziam suspirar até ao próximo verão.

Os anos passaram e para trás ficaram muitas histórias, escolhemos caminhos diferentes,ela as artes e o ensino e eu preferi ir trabalhar mais cedo,eu casei e tive uma filha, ela solteira viajou e conheceu o mundo, mais tarde também se rendeu a uma vida a dois, ela continua a viver na mesma zona onde sempre vivemos, eu mudei para mais longe, por isto tudo já não nos vemos nem falamos tanto mas quando nos encontramos ou falamos ao telefone é como se o tempo parasse e o dia anterior voltasse a ser o dia anterior ao dia anterior……. como se nunca nos tivéssemos separado daquele muro que separa as nossas casas, tipo “muro das lamentações” mas sem as lamentações, mais confidências e muitas gargalhadas!

Nesta pequena homenagem à amizade não vou relatar histórias até porque de muitas já nem me lembro, sei e não esqueço é que somos AMIGAS desde que nascemos.

Ah é verdade, é a madrinha da minha primeira e única filha.


Beijos!


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