Eternizar memórias antigas e actuais, pôr em palavras ou em imagens histórias. Dar vida à vida!
domingo, 29 de janeiro de 2017
A janela
Quem olhava através desta janela? como seria?....
Pela aparência da casa e pelo brazão à entrada devia pertencer a uma família abastada.
Entrei a medo, metia dó, estava tudo destruído.... e dei asas à imaginação.
...Ainda se podia ouvir a azafama diária do preparar e manter as lareiras acesas, crianças com bibes brancos em correria onde as tábuas do chão teimavam em chiar... grandes salas com mesas compridas candelabros de prata e a algazarra típica de família grande ao pequeno almoço.
O pai saía cedo para trabalhar na empresa da família na cidade grande, só voltava ao almoço e à tarde discutia os assuntos com pai.
O avô recolhido na biblioteca, lia as notícias matinais, só saia mais pelo meio da manhã para fazer a inspecção às vinhas, ao milho, ao gado e dar as ordens habituais aos jornaleiros.
A mãe e a avó desde cedo que não paravam, ora as crianças, ora as ordens na cozinha para o almoço... só à tarde se sentavam a bordar até à hora do chá, quando o tempo estava bom, saiam com as crianças a passear pelos jardins até ao lago, levavam sempre a sombrinha para não queimar a tez branca e alva da pele mimosa, assim se queria uma aristocrata. Iam apanhando flores para enfeitar as jarras da sala....
Mas e aquela janela!? quem sonhava a olhar? o que sonhava a olhar!? o que via ou por quem esperava!?
domingo, 15 de janeiro de 2017
Sobe sobe... auto estima sobe!
Está tanto frio!...
Hoje foi “dia de sofá” com
mantinha e chá ...
Mas do que eu quero mesmo
falar é de auto estima e que houve um dia, já quase para o fim da semana em que a minha subiu… subiu… subiu.
As minhas fotografias foram elogiadas.
Fiquei nas nuvens, fiquei mesmo feliz, um elogio
de quem não tem por hábito elogiar é porque é verdadeiro!
"Yes!" e dei saltinhos pequeninos escondida, não me fossem ver naquela figurinha, ehehehe!
Sempre estive rodeada de arte,
quer na família quer por amigos; A minha irmã pinta por demais, faz trabalhos,
fotografias e instalações lindas, o meu irmão Jorge desenha e há muito tempo
que não ouço e acho que o não tem feito, mas cantava fado com paixão, o Fau pinta, faz mobiliário e cria trabalhos
com as mãos de um beleza quase que subtil , até o Vasco faz arte com a crítica
cinematográfica.
Enfim!
E eu!?!!! …
Eu imagino a
beleza sem a conseguir produzir, a sério!... nem uma linha a direito consigo
fazer, não estou a brincar! Sempre pensei que possivelmente devia sofrer de
algum tipo de dislexia… trabalhos de mãos não consigo fazer nada de jeito, um
dia tentei, mas não correu nada bem, então fiquei-me só pela imaginação, pelo toque,
pelo olhar…
E como queria reter o que
olhava, encontrei a fotografia… dá-me um prazeeeeeeeeer do tamanho do mundo e
quase ninguém sabe (vão ficar a saber agora) que, como vejo mal tiro-as um
pouco como uma traquinice de miúda rebelde…zás, pás, tráz... já está!
Além de que não tenho
formação nenhuma, absolutamente nenhuma na matéria.
Desde aí o pormenor passou
a ter importância, uma luz! Uma sombra! Uma nuvem! Uma folha!... tudo passou a
ser observado com verdade … dou por mim a vaguear pela paisagem citadina ou
campestre a "reter" o detalhe… ah como eu adoro o detalhe! Nem consigo explicar
o que sinto quando vejo a beleza, é tão intenso que não chega só soltar um "ah" de espanto! É mais do que isso, é muito mais!, fico numa felicidade inexplicável e sem medida.
Depois há o outro lado,
quando não consigo “reter” como quero, ora por “nabiçe” de moi je, ora pela
máquina, já um pouco gasta pelo tempo, que não ajuda... mas sou incapaz de as “eliminar”
… Ehehehe…ficam para estudo (recordação).
Tudo isto para dizer... isto!..
Beijos
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