sábado, 22 de agosto de 2015

O que importa mesmo é ser criança!



Tinha caracóis dourados e uma flor na mão, vivia numa casa alegre e colorida com cortinas floridas que exalavam um perfume doce onde as borboletas pousavam e espalhavam pelos campos verdejantes a sua ingenuidade de criança.

Sonhava um dia poder ser uma fada rodeada de duendes e balões coloridos.

E tal como as fadas ter um dom…. e tinha, sorria, cantava e balançava o corpo frágil num ondular marítimo, subia montanhas, voava e apanhava nuvens e raios de sol, rebolava pelas dunas até à praia de areia fina a espalhar as estrelas do mar como poemas para crianças felizes!

Não tinha pressa em crescer!

Não tinha pressa em viver!

“O que queres ser quando fores grande?” .... não interessa!

“Tens de comer a sopa toda para seres forte e saudável!” …. Não importa!

O que interessava mesmo era ver a vida de cima e correr, saltar, brincar e com a imaginação viver histórias de encantar ….

Ia ter muito tempo (mais dos que enquanto criança!) para que o sonho se transformasse e o cavalinho de pau onde passava horas sem fim a baloiçar se tornasse num relógio que controlava o tempo!

O que importa mesmo e agora é ser criança!

Mas um dia, inevitavelmente, o tempo chegou e tudo mudou!

E com o passar do tempo os caracóis dourados ficaram esbranquiçados e já não conseguia correr e saltar mas no seu íntimo continuava a alimentar borboletas e a apanhar nuvens e raios de sol….

As estrelas do mar ficaram para sempre guardadas no seu coração.


Beijos

(começou por ser uma tentativa(!!??) de um conto para crianças, mas nãããão!!!)





sábado, 15 de agosto de 2015

Tenho tantas saudades tuas!


Tenho sempre tantas saudades tuas…. Mas hoje tenho mais!

Não interessa os anos que já passaram, são os suficientes para me sentir triste e alegre ao mesmo tempo!... foi o chegar e partir no mesmo dia!

Mas esse “intervalo” foi um viver de alegria com paixão com intensidade, acho que deves ter feito tudo a que tinhas direito!

Não eras “santo” não, eras até bem teimoso e casmurro e tinhas semmmmmpre razão, os raspanetes que davas sempre que não entendiam as tuas “lições” de informática, e sobre politíca!? Bom, sobre isso é melhor nem falar…. A tua razão, era a tua razão (ponto!) e a matemática um poema (desta nunca me vou esquecer)

Mas eras doce e meigo e eu gostava:

Dos teus abracinhos e beijinhos.

Quando telefonavas só para dizer “olá” .

Quando riamos a “bandeiras despregadas” só com o teu sentido de humor, um dia a ver “O sentida da vida” dos  Monty Python tivemos que parar o filme sei lá quantas vezes só para rir até não conseguir respirar…

Quando morri de medo a fazer a Serra do Marão com as rodas do carro já quase fora dos precipícios, em perseguição ao rally… tinha pavor de andar de carro contigo!

Quando dizias “coisas” nojentas quando estávamos muito, muito enjoados.

Enfim, o teu sentido de humor não tinha fim…

Tantas recordações me estão a saltar à memória, mas vão ficar só para mim.

Mas hoje não queria deixar de dizer que gosto muito de ti e do legado que deixaste.

Pela chegada…Parabéns!

Pela partida… um dia havemos de nos encontrar!


Sem velas nem estrelinhas, até lá!

Rui ao colo do Avô Martins.... um príncipe




quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Gigi



Parabéns Vasco (faltam os foguetes do papá)



Aqui com o avô ainda eras o “Gigi” como carinhosamente a nossa avó Tereza te chamava, com esta cara de diabrete não enganavas as malandrices que fazias.

Tinhas este sorriso alegre e contagiante ainda com muitos sonhos…. um carrinho, uma bola e livros, muitos livros do Tio Patinhas do Pato Donald e muita, muita fantasia e muita imaginação nas brincadeiras… eras um inventor poeta!


Lembras-te quando brincávamos aos cowboys e fazíamos cabanas com lençois? e quando brincávamos aos reis e rainhas, a Mi era a rainha das fadas e tu o rei das “fodas”(ehehehe!!!!) e quando à janela contávamos os carros pelas cores que passavam na Avenida, na altura ainda com muito pouco movimento. Lembras-te daquela vez em que eu andei pelo quintal a gritar “vou morrer, vou morrer”, estávamos a brincar com uma daquelas pistolinhas de setas e tu acertaste-me num braço. 

Mas como irmãos que se prezam também houve muita puxadela de cabelo e muitas caneladas, tinha que ser, fazia parte….. mas uma coisa podes ter a certeza, o meu amor por ti não tem fim.


Vasco Luís, não me lembro(!?) quantos anos fazes porque não me quero lembrar da minha idade, mas isso também não interessa nada, o que interessa é que tenhas um dia feliz e que o sejas para sempre….. FELIZ!

Um milhão de beijos desta tua irmã, assim … meia maluca!
Bé, Bébé ou Isabel Maria, está à vontade é como quiseres!



sábado, 1 de agosto de 2015

Araújo & Sobrinho - a saudade



Hoje quase morri!!!!! ….. de saudades!

Desci a Rua das Flores com o espírito de “primeira vez” a sentir a magia do lugar e com uma certa nostalgia olhei cada canto e recanto, fotografei detalhes, senti o pulsar do coração, lembrei as subidas e descidas rua acima, rua abaixo, na altura estreita e sempre movimentada, uma rua velha e sombria de passeios estreitos em que as pessoas se acotovelavam ao passarem. 

Uma rua com cheiro a velhice, a histórias, muitas histórias, algumas seculares já que ali, em tempos, foi o centro do Porto.

Algum comércio “tradicional” ainda se mantêm, outras fecharam e ainda outras deram lugar a espaços de lazer de muito bom gosto.



Aqui tomava o café todos os dias de manhã, na altura e estou a situar-me há mais ou menos 35 anos atrás, era um tipo “leitaria” grosseira e rústica que mais para a tarde se tornava numa “tasca” típica da própria zona, e lá continuei o passeio sempre a espreitar e a cheirar como se as memórias tivessem cheiro… mas as minhas têm! … 

Depois da Igreja da Misericórdia lá cheguei ao Largo de S. Domingos, edifícios recuperados mas com actividades diferentes, a “Casa Lino” à direita ainda com o mesmo traço (até os azulejos interiores, são os mesmos) e em frente, mesmo ali à minha frente, e já com a lagrimita no olho o “Araújo & Sobrinho”.

Fiquei um bocado parada, em silêncio a olhar a varanda que na altura foi o meu gabinete….


Entrei na loja e aí é que todas as emoções e memórias entraram em conflito e o coração disparou.

Meu Deus aquele mobiliário os quadros de família as “relíquias” devidamente expostas, a história de uma família que dignificou o seu nome mantendo o espaço e não se deixou acabar na própria história da cidade do Porto.

Por instantes passaram à minha frente os dia que lá passei, como fui bem recebida à chegada e como os restantes anos foram memoráveis e em crescimento, com muitas alegrias, algumas tristezas, quase não tenho contacto com ninguém mas muitos ficaram no meu coração e de quem não esqueço!

Sempre fui muito acarinhada por todos, desde presentes anónimos a miminhos dos colegas e tantas, tantas histórias e partidas divertidas!!!... e a Ribeira ali tão perto!



E quando chegou a despedida recebi esta carta lavadas em lágrimas com a perfeita noção de que foram uns dos melhores anos da minha vida! …. 



Nunca me vou esquecer e tenho pena de ter memória fraca!





FIM!



(Esta foto foi no jantar dos 150 anos do A&S - Mai Britt, eu, Helena, Laurinda, Emilia)