terça-feira, 22 de novembro de 2016

Estou grata!



Durante muito anos (em adolescente) escrevi poesia, o meu tio poeta até dizia que eu tinha “veia poética”, um dia, por estupidez rasguei todos os escritos e rascunhos de uma mão perturbada pela solidão… hoje arrependida por tal acto, claro!

Nunca rasguem o passado, bom ou mau faz parte de nós!

Passados muitos, muitos anos, em conversa de manas disse à minha irmã “… eu não quero ser poeta, porque os poetas são tristes….prefiro escrever sobre memórias e sentimentos….”

E assim nasceu este blog…. 

Mas com o sono e a insónia, os pensamentos saltam como rãs em charcos de águas correntes, sem lógica e sem um caminho, tudo abalroado nesta cabeça que não para de pensar e de ter variadíssimas conversas em que eu sou quem fala e quem responde….

Noutro dia recebi um mail de um amigo, e esse acredito que o seja, e lá pelo meio vinha este poema:

"Amigos"

                             "Um dia adoeci profundamente:
                              Ceguei. Dos cento e dez (amigos) houve um sòmente
                              Que não desfez os laços rotos.

                            - Que vamos nós (diziam) lá fazer?
                              Se ele está cego, não nos pode ver!...
                            - Que cento e nove impávidos marotos."

De Camilo Castelo Branco 

Eu sei que isto é verdade, também o fiz a alguém que com certeza ficou triste e magoado, já me aconteceu também e fiquei muito muito triste!....

Como aquela campainha não parava de tocar!!!! E a casa cheia de uma solidão perturbante enquanto algo podia ser dado, quando tudo acabou a mudez da campainha rasgou o meu peito com lágrimas.

Mas depois passou!... dizem que o tempo cura tudo, não é!... pois então curei-me deixando de sentir …

Não fiquei a pensar mais neles, não valiam a pena, não eram nem são “amigos”, podem no mínimo ser conhecidos casuais, usurpadores de tempo perdido, de momentos vazios…

Hipócritas, velhacos e falsos é o que são muitos deles, que só pensam no “material” e não no amor, na solidariedade, na verdade….

Não, não sou vitima de coisa nenhuma! Nem atiro pedras…. Sou eu que faço o meu caminho!

Acredito, ou faço por isso, que nesta vida que não está nada fácil, o mais fácil é ficar na “ignorância” a ter que perguntar, estás bem? Precisas de alguma coisa?.... e às vezes o que é preciso é tão pouco… um sorriso, uma palavra, um abracinho e pouco, muito pouco mais conforta a nossa alma ás vezes perdida em pensamentos obscuros e sinistros…

O beijo limpa!

O abracinho limpa!

A palavra limpa!

Até hoje conheci muita gente, partilhei muitas alegrias e tristezas, desliguei-me de muitos, apareceram outros e o ciclo da vida vai tornando esta roda num vai e vem de pessoas … umas ficam mais tempo outras mais tempo do que o que deviam, outras até, tempo nenhum.

Mas….

Os amigos… esses ficam, ficam num cantinho no coração, mesmo ao lado do cantinho da  família quase que numa fraterna convivência.

Podemos não falar durante muito tempo, mas a lembrança de momentos, de conversas, de um sorriso, de uma lagrima, ou mesmo de só uma palavra aproxima-nos em pensamento e quando nos encontramos a festa é como se tivéssemos estado juntos no dia anterior…..


O tempo não dita o grau.

O tempo não nos separa.

O tempo não transforma o sentimento.

O tempo não apaga essas memórias.

A única coisa que o tempo pode apagar….. e andei a vaguear por uma casa em silêncio, onde todos dormem a pensar nesta questão e…. não!

O tempo não apaga nada, podemos esquecer mas apagar não apaga!

Saltem, pulem e avancem que esta vida não está para brincadeiras e pieguices!
(Isto sou eu com sono e com insónias)

Beijos!

sábado, 12 de novembro de 2016

Leonard Cohen




11/11/2016
Queria fazer uma homenagem a este poeta, homem de causas e espiritualidade, não sei com que poema ou musica porque são todas, todas magnificas... 
Então escolhi esta que me persegue desde miúda e que me fez começar a ouvir e gostar deste senhor que ficará para eternidade.

Até sempre e obrigada Sr. Leonard Cohen

THE PARTISAN
When they poured across the border
I was cautioned to surrender
This I could not do
I took my gun and vanished.
I have changed my name so often
I've lost my wife and children
But I have many friends
And some of them are with me
An old woman gave us shelter
Kept us hidden in the garret
Then the soldiers came
She died without a whisper
There were three of us this morning
I'm the only one this evening
But I must go on
The frontiers are my prison
Oh, the wind, the wind is blowing
Through the graves the wind is blowing
Freedom soon will come
Then we'll come from the shadows
Les Allemands étaient chez moi
Ils me dirent, "résigne toi"
Mais je n'ai pas peur
J'ai repris mon âme
J'ai changé cent fois de nom
J'ai perdu femme et enfants
Mais j'ai tant d'amis
J'ai la France entière
Un vieil homme dans un grenier
Pour la nuit nous a caché
Les Allemands l'ont pris
Il est mort sans surprise
Oh, the wind, the wind is blowing
Through the graves the wind is blowing
Freedom soon will come
Then we'll come from the shadows


09/11/2016






Oh! pensei que estava a ter um pesadelo, mas não... acordei foi dentro dele :( mas o que é isto!


Está tudo louco!? 

Lá vamos (todos) ter que nos preparar para MAIS momentos difíceis e talvez cruéis. 

De qualquer modo para já está sol e que seja um bom dia!

A sério!.... só me apetece dizer palavrões...

sábado, 5 de novembro de 2016

As "ondinhas"


Tenho rugas…. Oh meu Deus…. Tenho rugas…. RUGAS!!!!!

Estava a olhar para as mãos já enrugadas e envelhecidas pelo tempo e a pensar:
Já fui criança, menina, mulher…. E agora de pele enrugada sou o quê?

Velha não sou, com certeza, porque não sinto, apesar de que ao levantar do sofá as pernas já começam a doer, mas não…. velha não sou!

Está decidido, não sou velha, é chato ter estas peles que formam ondinhas nas mãos, nos braços, à volta dos olhos, nos joelhos, no pescoço…. enfim, um horror!

Daqui a uns tempos passam a ondas e mais tarde (se lá chegar!) são mesmo um tsunami corporal…. Até dão para fazer surf!

Mas fazer o quê? Desde que não se formem na cabeça, está tudo bem! E como dizia o meu pai “Deus nos dê juizinho até há hora da morte!”

O pior é que não somos nós que controlamos isso, mas sempre podemos pôr esses pensamentos de lado e pensar sempre sem rugas… sempre de pele lisinha!

Eu acho que (ainda) não penso com ondinhas (pelo menos não é tão chocante como dizer rugas) e não me escandalizo com facilidade, claro que também não quero ser amiga dos amigos da minha filha!

Tudo e todos tivemos o nosso tempo…. O meu continua a ser HOJE e principalmente o MOMENTO


Se me apetecer dançar…. Danço

Se me apetecer saltar…. Salto (ai ai as dores nas costas!.... isso passa!)

Se me apetecer fazer…. seja lá o que for…. faço.

Ponto.

Bem, ponto, ponto não…. é que já não uso mini saia! Não, não, não é por pudor ou seja lá o que isso for…. É mesmo por achar que já não me fica bem….

Mas já ficou!(ehehehe!!!)

Bem, sendo assim, vou-me arranjar, tomar banho, besuntar o corpo todo de creme anti-ondinhas e sair para apanhar ar no trombil…. Não sei se está frio, mas pelo menos está sol.

E o sol tem o dom de ser o astro que nos alegra e nos faz sorrir!

Ah mas um conselho, eu disse "...apanhar ar ..." não deixem que ele toque na cara, é que…… faz mais ondinhas.

E essas só no mar!

Vá lá pensamentos positivos!