segunda-feira, 13 de abril de 2015

Há ou não há coincidências?


Não me lembro bem que idade tinha, talvez 13, 14 anos, andava na Escola Clara de Resende e um dia uma amiga disse que o irmão, que tinha vindo de férias do Ultramar, a ia levar a lanchar:

- Podias vir, é que ele vai trazer um amigo que é um “borracho” (assim se dizia na altura, quando um rapaz era giro!)

- Está bem!

Mas qual o interesse de ele ser giro!? Nós eramos umas miúdas, e eles já muito mais velhos! mas claro, podíamos exibir o nosso momento à saída da escola, perante os olhares invejosos …. Vinham-nos buscar e isso é que importava.

Quando chegou a hora e depois dos arranjos femininos possíveis, lá fomos nós de encontro ao nosso “encontro”, atravessamos a rua e eu começo a rir, a rir, a rir…. É que o “borracho” de quem a minha amiga não parou de falar o dia todo, era o meu irmão Jorge que também estava de férias da guerra.

O lanche foi engraçado e o irmão dela, na altura, também não era nada de deitar fora!

Quanto à Isabel já não a vejo há muitos, muitos anos.

…….

Muito mais tarde e já no Liceu Garcia de Orta, conheci a Maria João, tínhamos mais ao menos os mesmos gostos e ficamos amigas, quando um dia ela disse:

- Este fim-de-semana vou para o Douro.

- Para o Douro, onde?

- Para a Pala, tenha lá casa de férias.

- Pala? Eu também tenho lá casa!

Depois descobrimos que as nossas casas ficavam a uma distância de meia dúzia de curvas e lá nos encontrávamos no verão.

Ainda com a mesma amiga, resolvemos um dia estudar juntas, depois das aulas lá fomos de eléctrico até ao Bessa, quando chegamos a casa dela qual não foi o meu espanto! A casa dela já tinha sido dos meus pais e foi onde nasceram todos os meus irmãos, menos eu!

Incrível.

Ainda houve outras histórias em que um tio dela era amigo do meu tio Vasco de Lima Couto e a quem o meu pai pregou um susto, quase de morte, com “o homem da mão fria”, esta história também é engraçada mas fica para mais tarde, quando contar sobre a boa disposição e as partidas que os meus pais faziam com os amigos e às empregadas na Pala!

Quanto à Maria João, fomos amigas até ao fim, infelizmente já partiu.


Não sei bem se são histórias de coincidências ou se é a prova que este mundo é mesmo muito pequenino e todos nós estamos ligados uns aos outros por qualquer coisa!?

Beijos.



2 comentários:

  1. Bé, adoro estas tuas crónicas, memórias que também são minhas (algumas). Fiquei até comovida com tantos encontros da vida...e com o "homem da mão fria" :-) Fico à espera de mais...mais, ansiosa por ler o que tu escreves tão bem!!! Bjnhs

    ResponderEliminar
  2. É estupenda a forma dos teus textos, suave e fotográfica, levada pelo conteúdo que nos transmites.

    As memórias , que a um tempo vivi e a outro tempo me contaram, também já delas faço parte.

    ResponderEliminar