Estava ali nos braços de morfeu sonolenta a pensar, eu não quero ser poeta,
nem dar uma de nostalgia, sim porque a poesia é sempre triste, os poetas são
tristes e não é isso que eu quero escrever, quero um hino à vida, à beleza ….
Que é como quem diz cantar, dançar, abraçar as árvores e rir, rir, rir
Não dar uma de Fernando Pessoa a pensar na
complexidade da vida, ou na vida complicada, pensar nos amores e desamores, ou
na vida sem amor, na tragédia da perda ou simplesmente na perda.
Mas não sendo a escrita de ficção, quem escreve tem
sempre a tendência para o egoísmo da primeira pessoa, mesmo não o fazendo em
escrita é impossível mentir, falsear sentimentos, retractar exemplos que não os seus, imaginários ou não é impossível sentir por outro, parafrasear por
outro e até mesmo relatar por outro. A escrita é algo muito pessoal, é querer
falar sem pedir para o fazer, é fazer chegar aos outros a nossa predisposição
para os actos, mostrar agrado ou desagrado sobre o que se vai passando ao nosso
lado, literalmente ao nosso lado, bem juntinho a nós e não o dispersar pelo
mundo ao longe, mesmo até ás galáxias inatingíveis….
Toda a gente se dá mal com a distância e este não
saber a distância do tempo que resta…
Não ter a certeza que nos ouvem (não as palavras que
brotam dos lábios) por dentro…
Pronto, acabei de ser poeta…. Nostálgica e
triste!....
Mas quando eu morrer vou falar com quem?
Bjs
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